quinta-feira, 24 de maio de 2012

Só foi amigo prá poder rir das fotos

     Tem gente que é incoerente, faz de tudo pra parecer mais jovem mas na quando chega no transporte público  senta no banco do idoso e finge que está dormindo como um idoso cansado. Depois, levanta do banco e vai ser jovem novamente.   Talvez seja vantajoso dissimular. O único problema de dissimular é confundir-se nos instantes que exigem raciocínio rápido.
     Nunca liguei muito para ser mulher. Palavras como   poeta, estudante ... nunca enxerguei como masculinas, nunca me ofenderia se me chamassem de presidente ou se comentassem sobre o escritor de algum meu texto. No máximo as via como uma denominação de um profissional, uma coincidência com a  palavra de gênero masculino. No máximo eu me orgulhava de ter no meu guarda roupas somente duas peças homossexuais e, ainda assim, compradas numa emergência de mudança abrupta de temperatura  aliada à falta de dinheiro para escolher uma peça própria.  Minha inquietação - embora não tivesse relação nenhuma com o fato - coincidiu com a época em que  vi aquelas imagens do Ary Fontoura vestido de velhinha pobre.  Vê-lo dissipou-me a inquietação.  Existe cheiro de mulher. Maciez de mulher. Voz de mulher. Dor de mulher. Indignação de mulher.   Por sorte converge-se para o sofisticado visual de mulher. Por azar converge-se para os defeitos metaTPMicos associados à mulher, os que os sensacionalistas exploram, difundem e  sacramentam.
      Algo me transformou numa metafêmea. Sempre me sentira  mulher demais para ainda precisar de colares, de maquiagem ou tintas no cabelo. Nunca imaginara que uma experiência traumática  me mulherizaria ainda mais.
      E é nesse, nesse exato momento, que me afrontam as más mulheres. as mulheres que se valem desse padrão de estereótipos para molestarem outras mulheres. As que agridem, ferem, brigam, dissimulam   ... porque  mulher é assim mesmo.  Que desculpa mais esfarrapada para ganhar a vantagem  de poder ser assim mesmo.  Por falar nisso, amanhã vou publicar os bilhetinhos que já há mais de um mês mando para uma dessas tais mulheres.   Só não quero pronunciar o nome dela,  já muita dor me trouxeram  a Flávia e a Amanda..

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