Agora que vou ter direito a informações a primeira que vou buscar é quem foi o diretor que escreveu no meu prontuário que tenho perfil para atividades monótonas e repetitivas. Não, não estou louca não, quando em 2011 voltei a trabalhar em São Paulo ouvi isso de uma das supervisoras de recursos humanos do estado inteiro. Acho que meus colegas que adoram aprender serviços que exigem qualificação, que dão a competência técnica necessária para nomeação em cargo de chefia ficaram felicíssimos, poderiam aproveitar o tempo de trabalho recebendo treinamento em vez de ficar carregando pilhas de sulfite, as já escritas e as por escrever. A preguiça social, a preguiça racial venceram uma vez mais. Preguiça de explicar aliada à preguiça de fazer de outro jeito. Que felicidade a dos companheiros de equipe de boa aparência e de boa origem. A despeito de políticas de ação afirmativa, de privilégios por tempo de serviço ou por idade a possibilidade de receber cargo em comissão continuava fora do meu alcance. Na equipe de São Paulo encontrei um um funcionário que no passado trabalhara comigo e colara um papel na minha mesa onde dizia que a minha função era numerar as folhas de sulfite. Tarefas monótonas e repetitivas. Será que essa falta de um rodízio e de realização profissional não é fator de estresse? Acho que esse estresse me levou para o interior do estado o que até hoje me traz fantasmas.
Hoje tenho uma colega de escola que me expõe a constrangimentos inexplicados diante de todos. Eramos muito amigas até o início 2012. Por seis meses vivi a afirmação da maravilhosa experiência que é ser mulher. Fizemos um grupo de sete amigas, um fenômeno num curso tão masculino. Em fevereiro de 2012 fui operada, não retornei às aulas. Eu não tinha notado que a tal amiga não me escrevia mais no Facebook, não mandava torpedos ... a surpresa foi quando a licença acabou no dia 20 de março. Sempre me hostilizando na frente de todos os colegas essa japa, que é a representante de sala, dá a entender que meu passado guarda um segredo horroroso, que ela obviamente não vai nem comentar de tão nojento que é. Uma cadela velha dentro de uma gaiola de filhotes. Assustados, eles que vieram buscar um ambiente de convívio divertido se vêem esperando uma cadela velha decidir em qual dos grupos vai fazer o trabalho para depois poderem encaixar a outra cadela, as duas não podem ocupar o mesmo território.
Me lembra tanto o meu passado fora da escola ....
Nenhum comentário:
Postar um comentário