segunda-feira, 14 de maio de 2012

ser mulher é bom pra mim mas é melhor pra muita gente

Acho que esse trabalho do professor Milton foi escrito suadamente, instante a instante de abandono. Abandono dos amigos, dos entes mais próximos, da vadiagem na internet, daquela comida gostosa que teria de rodar quilômetros para comer, daquela compra ... até de banho e de refeição básica.
     Abandonarei, então, para não abandonar pelo meio a tarefa de denunciar uma máfia no serviço público. Assim como tem uns espertinhos que se apropriam de uma fonte de água e cobram de quem quiser beber há quem se apodere da sua paz e queira cobrar por ela. Idéia de quem começou extorquindo uma coisinha e descobriu que há uma lista imensa de coisas intangíveis para extorquir.
       O nome da tal estagiária era Flávia, eu ia esquecendo. Tinha amigas ricas, era demérito não se vestir com luxo. Eu não a conheci, durante a nossa longa convivência sentadas lado a lado e eu nunca consegui trocar uma única palavra com ela. Contrariando todas as idéias consolidadas de que as mulheres adoram trocar informações. Nem uma fofoca, nem um procedimento de trabalho ( e fazíamos o mesmo trabalho ), nem uma crítica, nem uma piada, nem moda e beleza, nada coçava aquela linguinha. Só sei sobre ela o que observei, ela nada me disse. Sabiam sobre mim o que ela lhes disse, quando comecei a conviver com o grupo percebi que antes de ser-lhes apresentada eu já tinha uma existência.
Ladra. Do sossego.

Nenhum comentário:

Postar um comentário