terça-feira, 28 de junho de 2011

     Querida angolana ou angolano que leu minhas linhas:
nunca vocês vão entender o Brasil, desistam, nem assistindo a filmes, seriados e novelas. Porque o Brasil tem diversidades  demais. Essas diversidades mão são só nossas, são também das visões que adquirem de nós. 
Há quem nos veja como plantadores de etanol. Quantos miseráveis do resto do mundo não fariam de tudo por um bolsa família? Fornecedores de mulheres belas e sempre dispostas a um bom sexo. Produtores de frutas. Donos de uma costa paradisíaca. Há quem conheça nossas universidades públicas e os cientistas. Tem gente que sonha vir prá cá só prá passar dias comprando substâncias psicoativas  ilícitas. Quero fazer caridade, ajudar aquelas crianças negras, crianças com a barriga inchada ou crianças que podem morrer num hospital público. Mas se  universidades públicas são pródigas,  hospitais públicos ... Expectadores de ópera e frequentadores de bares que vendem doses de cachaça a menos de um dólar.  Crianças consumindo no shopping e crianças na prostituição.  Jovens cineastas e jovens analfabetos. Quem ganha a vida colhendo castanha do pará e quem ganha a vida vendendo carros importados. Quem só tem como transporte a balsa que passa duas vezes por semana e quem desce no heliporto até três vezes num mesmo dia.
     Parece que cada nacionalidade tem uma característica peculiar enquanto a nacionalidade brasileira sempre te confunde a cada contato com um elemento desse conjunto infinito e mutante. E nem pense que estamos divididos em diferentes espacinhos geográficos que exercem diferente influência sobre a realidade.

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