Querida angolana ou angolano que leu minhas linhas:
nunca vocês vão entender o Brasil, desistam, nem assistindo a filmes, seriados e novelas. Porque o Brasil tem diversidades  demais. Essas diversidades mão são só nossas, são também das visões que adquirem de nós. 
Há quem nos veja como plantadores de etanol. Quantos miseráveis do resto do mundo não fariam de tudo por um bolsa família? Fornecedores de mulheres belas e sempre dispostas a um bom sexo. Produtores de frutas. Donos de uma costa paradisíaca. Há quem conheça nossas universidades públicas e os cientistas. Tem gente que sonha vir prá cá só prá passar dias comprando substâncias psicoativas  ilícitas. Quero fazer caridade, ajudar aquelas crianças negras, crianças com a barriga inchada ou crianças que podem morrer num hospital público. Mas se  universidades públicas são pródigas,  hospitais públicos ... Expectadores de ópera e frequentadores de bares que vendem doses de cachaça a menos de um dólar.  Crianças consumindo no shopping e crianças na prostituição.  Jovens cineastas e jovens analfabetos. Quem ganha a vida colhendo castanha do pará e quem ganha a vida vendendo carros importados. Quem só tem como transporte a balsa que passa duas vezes por semana e quem desce no heliporto até três vezes num mesmo dia.
     Parece que cada nacionalidade tem uma característica peculiar enquanto a nacionalidade brasileira sempre te confunde a cada contato com um elemento desse conjunto infinito e mutante. E nem pense que estamos divididos em diferentes espacinhos geográficos que exercem diferente influência sobre a realidade.

Será que 1984 ou Brave New World chegaram a prever?

     Hoje é dia de levar seu cãozinho prá dormir na sua cama, ele vai morrer de frio. Você tem cobertor elétrico? E paletó à pilha com resistências elétricas? Coloca jornal entre a meia e a bota? Boas gambiarras para te trazer um calor que roubaram de você
     Bom, em vez de fazer uma pesquisa séria sobre o assunto vou escrever umas opniões sobre a falta de sol. Meu blog é muito lido, com certeza na próxima semana v vai achar uma reportagem sobre esse assunto numa revista conceituda. 
     Quando a gente vai passear nas avenidas beira-mar sempre sente o lado ensolarado da praia e o lado sombrio que está do outro lado dessa avenida, onde estão os edifícios. Pilhas de apartamentos que  tiram de quem passa na calçada o direito ao sol. Não sei se você já morou ao lado de uma casa bem mais alta que a sua, o sol não bate naquela face, parede inteira. E se morar em volta de três prédios bem altos, um à direita do seu prédio, outro à esquerda e um outro atrás. E se a rua for estreitinha, já tem uma outra montanha de moradias em disposição vertical que está se empilhando frente a frente com o seu prédio. Onde vai bater sol para você apanhar uns raios e no mínimo completar sua síntese de vitamina D? Seu cachorro e seu passarinho, coitados! Saber se o dia está ensolarado só lendo a previsão do tempo.
     Porque alguém pode roubar, sem cumprir pena, o sol de alguém? Dia após dia, os anos se passam e nunca haverá sol.  
     Se mora aqui em São Paulo você deve estar assistindo a uma explosão de novos edifícios. Meu consolo é que o trabalho e o trânsito  já me roubam da minha casa, eu não fico em casa para perceber a luz e o calor que estão roubando da minha casa.

viúvos do riso

     O q v queria? Q fosse engraçado? ha ha ha ?  
   Já tem PC Siqueira, Ronald Rios, CQC, Legendários, é Tudo Improviso, Furo, Pânico ... e aqueles que ficaram com um medão da concorrência e resolveram inovar após anos de apatia. E se v largar a TV e sair para a rua corre o risco de ser atingido por um dos milhões de standapes que vagam pelos teatros e shoppings. Fora aquelas comédias italianas, francesas ... dos cinemas cult. E o seu amigo engraçadinho? E seu colega de trabalho palhaço? Você ainda pode ter  uma criança ou um bicho de estimação que adore fazer gracinhas.      Bom, pelo menos aqui em São Paulo o lado sombrio da vida tá bem varrido prá debaixo do tapete. 
     Me desculpe, nunca pensei em você que não mora num lugar assim tão hilário, que mora onde os comediantes não querem morar nem por uma semana porque não acham graça nenhuma no seu estilo de vida. Onde você não vê nada de engraçado em assistir show até 11 da noite e no outro dia ter que levantar para abrir a padaria ou o supermercado.
    Ôpa, ôpa, ôpa, não vá se matar. Se você tem aquilo que realmente acha importante você já tem vida boa, já é feliz. 
    Feliz não comporta advérbio.

Relações loucas

  

      Quem posta todo dia diariamente acessa  portal, que sabe da sua geografia e já vêm te trazendo o cotidiano de onde você está. Eu imagino que estou na rede mas estou em uma rede. Como diria o Pato Fu, não sei se isso é bom ou ruim. Foi por causa dessa malha SP da rede que eu lembrei da Parada, embora a gente sempre saiba que ocorre no mês de Namorados. 

     Namorar é unir-se, vamos fazer juntos. Então cachorro é namorado. Uma reportagem de banca de jornal afirmou que X % dos paulistas preferiu passar o Dia em convivência com seu pet. Ele só faz com você. Tudo. Enche um pouco o saco prá quem escolheu o cão. Sufoca quando você quer fazer atividades que não sejam comer [sem usar talheres] , cagar [em público] ou passear [em locais onde se permite cães] e ele tá te olhando com ar de então não somos assim tão amigos [como você] um dia me disse que seríamos.

      Aí eu lí uma página daquele livro do Dr House onde o personagem melhor amigo afirma que seus casamentos eram medíocres e por isso ele passava mais horas com o House do que com as esposas. Eu, por exemplo, saio para o trabalho lamentando as horas de convivência q gostaria de ter com a família. Deveria rezar e agradecer pelo emprego.  Penso que nem todos merecem minha companhia e que eu, também, não mereço a convivência com gente muito bacana que encontro.   Isso só quer dizer q ficamos sonhando com uma outra convivência, além dos milhões de convivências que já temos.

     Prá que blog? Vou parar de escrever nesse instante. Estou aqui convivendo com você, leitor platônico, enquanto vendedores, donos de restaurante,  moça da lavanderia,  cabeleireira,  taxista, limpadora,  chefe, porteiro do prédio,  médico,  dentista,  família,  marido,  2 cães,  pais, vizinhos, atores da TV, bilheteiros do teatro, seguranças do metrô, cobradores de pedágio, hoteleiros, twiteiros e assemelhados, professores, colegas de escola, marceneiros, encanadores, sapateiros, motoristas de ambulâncias, comissários de bordo ... mal podem esperar prá conviver.

Sucozinho

         A milésima idéia minha q descobri que não era original. Eu postei minhas emoções à época do roubo do celular. Mas  " pessoas cuja perspectiva de vida seria  gerar não uma colaboração mas sim um prejuízo à sociedade " já foi exaurida  no filme Minority Report. E, vamos combinar, mesmo com tantos psicopatas prestando desserviços, os prestadores de serviços esmagam. São esmagados. 
        A parada gay de domingo dará voz a quem, por longo período, foi esmagado. Acho que só quando as pessoas estão para morrer elas têm consciência do quanto deixaram de aproveitar da vida por causa dos conceitos. O  exemplo atual, sem dúvida, são as mulheres. Enquanto Simone de Beauvoir gritava contra o conceito de mulher que a sociedade estava criando para as fêmeas humanas nós nem tínhamos acesso a essas idéias. Se tem uma coisa que  lamento, e muito, é ter lido inúmeras obras da biblioteca da minha escola primária sem que nenhuma me explicasse porque eu tinha que gastar tanto tempo com as tarefas domésticas enquanto os meninos, que eram muito menos interessados, tinham todo tempo do mundo prá ler e estudar. Eu acho que é exatamente nisso que a gente pensa quando vê que não tem mais tempo: porque gastei meu pouco tempo nesse paraíso servindo  ... ao outro? Alguém inventa que alguém foi feito para servir sem fruir e, se você não nasceu o primeiro alguém, tá frito. Esmagado.
     Vamos deixar a parada gay e as piadas de gay já para o passado. Que tal levar para o futuro as prostitutas de todos os gêneros e os sem-estudo, os esmagados de agora?

prá variar

Nossa relação é fria

Como a dos clientes com a doceria

Em troca de novidades terei tua companhia.

Posto a cada dia

Hoje, tento rimar poesia.

       Tive um colega de trabalho q se chama Márcio. Nossa convivência durou pouquíssimo, mas foi muuuito produtiva, ele me trouxe muita informação boa. Com ele eu aprendi essa estória de esperar pelas coisas acontecerem. Ele me mostrou que embora você não seja nem Gandi , nem Lula, nem Jesus nem Bob Esponja o que vêem de você influencia muito os comportamentos. Por isso, não fique bisbilhotando, criticando, apontando que tal coisa tem valor  ... porque aí v não vai saber a verdade. Conhece a verdade, a verdade te libertará. Na verdade melhor ter um certo grau de indiferença, nem ligar para o que é a verdade. O problema é manipular a realidade com as opniões que você demonstra. Conhecer a verdade se traduziria por ( tentar ) viver num estado de verdade.

     Esse meu colega era tão radical que não falava nem o signo. Se eu conto minha data de nascimento os              “ astrólogos “ vão dizer que eu sinto isso, que minha atitude tem tal explicação ... então eu não vou alimentar as neuroses que todos temos. Ele também dizia que na natureza os comportamentos se direcionam: alguém quer – e não quer - aquele emprego, aquela equipe, aquele companheiro. Quando emite uma opnião, que muitas vezes não é verbal, o tal de alguém pode ler   (  ) estou conseguindo  (  ) tenho que mudar  (  ) mas nem fu eu conseguirei. 

      

      Me interesso por TI porque agora, depois de velha, resolvi cursar faculdade de Sistemas de Informação. Aprende-se como as tarefas do nosso mundinho são feitas, afinal a atividade consiste em inserir num computador instruções de como realizar sem bugs uma tarefa. Os computadores tiram pesos do teu ombro. Ontem mesmo meu dentista contava que já existe uma máquina que faz uma parte monótona do trabalho do protético: tirar um molde e esculpir dentes unitários, que não são um serviço tão minucioso quanto reproduzir aquelas curvas que há num pedaço de arcada. O computador nunca se esquece, não cai da moto, espera o tempo que for necessário, não executa tarefas em troca de recompensa, enterra gerações de trabalhadores, não vai aos tribunais ... não dá prá competir. E ele nem quer se dedicar à competição  porque está muito entretido com as tarefas que você não tem mais paciência para fazer. Deve existir muita carência de gente para redigir tarefas na linguagem x, y ou z. O que é uma pena, porque tem tanta gente no mundo sonhando com a auto  realização através do trabalho mas que ainda não encontrou nenhum caminho possível: quanto mais encontros a gente tiver na vida com áreas de atuação mais a gente tem oportunidade de chegar ao encontro de algo que satisfaz. E o que é engraçado é q  mudamos, algo que ontem era impensável hoje você adoraria fazer e amanhã pode não querer mais.
     Te desejo sucesso, que todas aquelas fórmulas de orientação vocacional operem resultado na tua vida.

Minha vida não quer caber na nuvem.

     
     Aqui  em São Paulo roubos são ocorrência comum, você pode viver mais tempo com a sua professora substituta de espanhol  ou  com o seu novo colega estagiário do que com o seu notebook. Se levarem o  book de note e você estiver confiando no Google Docs saiba que ele não tem senha, o novo possuidor do seu note terá acesso a esses arquivos. Não te aconselho a colocar a tua senha de banco numa área de nuvem sem senha de acesso.  Mas minha preocupação em relação à nuvem tá longe de ser segurança.  Money, money.
     A Veja dessa semana informa que arquivos estão migrando  para o espaço desocupado nos mainframes pertencentes a grandes empresas de TI. Nesse caso os tais arquivos estão sendo migrados. Eu com isso que usar a tal nuvem pode virar algo compulsório, para todos. Na informática a realidade muda muito rápido. Seus arquivos - que por vezes se confundem com você mesmo - querem viver de aluguel? Ou você se acha apto a viver sem TI ? Talvez pareça uma questão até idiota. Mas reflita sobre o salário que você tem conseguido assegurar e sobre cada um dos novos custos que a cada dia atocham no teu rabo. É claro que não vão enfiar tudo e com força, a mudança será gradativa. Até acho que é um assunto meio desconectado em termos de uma hierarquia de coisas importantes. Mas ouvir falar em novos custos sempre me tira o sono. 
     São dez da noite, se não desabafasse com você, meu querido leitor ( platônico ) eu não conseguiria dormir.

     Minha vida também não cabe no twiter porque tem bem mais do que aqueles x caracteres que cabem num tweet. Bom, faz uma semana que estou blogando e meu blog não tem nenhum acesso, talvez se eu estivesse escrevendo no twiter, que é in, eu não estivesse tão out. Aí v pensou: vai se matar. Errou. É prá isso que eu leio Super interessante. A de jun/2011 afirma que a motivação humana é algo muito elevado, complexo, não tem nada de  mero instinto animal de sobrevivência e de reprodução. A minha intenção ao escrever - eu vou revelar, embora tudo indique que não exista um único terráqueo interessado em saber -  era transmitir um pouco da experiência que acumulei nesse meio século de vida. Velho é chato, sempre sabe de tudo, tudo já aconteceu com ele e muitos usam a mais desagradável das frases - que além de tudo é um cacófato muito comédia - o eu teria não feito como você fez. Você ficaria entediado com eu te dando lições de moral mas vem todo curioso ler se acha alguma dica. Tá, não precisa me lembrar que ninguem vem procurar nada, que ninguém lê. 
     Pois hoje vou te dar meu primeiro conselho, minha dica de sabedoria: tenha paciência, espere, não seja curioso. Tudo se revela aos poucos, e não nesse instante, agora.

É do seu tempo a prisão por vadiagem?

Minha vida também não cabe no facebook mas é por culpa dos dois bandidos que levaram por encomenda o meu celular . Perdi inúmeras fotos que marcavam uma época importante da minha vida e desgostei, nunca mais comprei câmera.

      Eu tinha um celular caríssimo da Samsung que eu sempre evitava mostrar porque vou de ônibus, vou a pé, vou à noite e vou a bairros pouco policiados. Vejam vocês, como a vida nos prega peças. Um dia eu fui ao Shopping Villa Lobos de São Paulo, um centro comercial diferenciado ( originalmente essa palavra designava pessoas que têm pleno acesso aos recursos materiais em detrimento dos feios sujos e malvados: uso no sentido originário).  Inventei de comprar uma capa para não riscar aquela preciosidade. Fui na  Yellow, a loja da Vivo, e o atendente falou que não tinha, me mandou procurar na loja da Tim. Quando mostrei o aparelho e contei o que acontecera a moça ficou surpresa com um atendente ter me mandado procurar numa Tim uma capa para um aparelho que um atendente deveria saber que era exclusivo da Vivo. Saio do shopping vou a pé, à noite, até a estação de trem. Contarei o final? Desde aí fiquei com tanta raiva que não quis mais ter objetos caros para sustentar as imoralidades desses vagabundos. Naquela época fiquei com muita, muita raiva,  escrevi uns textinhos  ácidos dizendo que estamos na era da inform ação, temos alto custo de sobrevivência e que, se uma pessoa é péssimo aluno, não está engajado em nenhuma modalidade de aprendizado e passa as noites vagabundando na rua ela já deveria, agora, ser levada para uma ilha deserta porque nunca vai conseguir  pagar plano de saúde, prestação do apartamento,  provedor de internet, dentista, faculdade, pós-graduação, viagens, computadores, softwares originais,  ingressos de shows, livros, cinema, teatro, metrossexualidades ... e vários outros custos que as mudanças na sociedade nos impuseram neste século 21.  Na sociedade assim desenvolvida ele é um  inviável. Claro que agora já li outros textos e aprendi que somos, a todo momento, perdoados, seja pelo deus ou seja pelo que vive Dele  em cada um dos homens.

      Continuo lendo muito e adoro mudar de idéia.

     Que bom. Se uma postagem é pequena gasta-se menos tempo postando. Hoje decidi falar um pouco de mim afinal tá todo mundo saindo do armário, os coletores de lixo não estão dando conta de levar tantos armários para o aterro. 
     Minha vida não cabe no twitter porque não é aquela vida de personagem de novela da Globo, lotada daqueles fatos inesperados para os personagens mas que, para nós seguidores, são os mesmos de todas as novelas. Minha vida [ não ] é uma novela. Eu não tenho para postar fatos que dariam audiência. Lavei aquela meia encardida com produtos Amway e ela continuou encardida e eu com um rombo da carteira. Estou fazendo até meditação prá me livrar do Instinto Selvagem [ de comer mais que o necessário e ver a gordura abdominal crescer].  Meu trabalho [ não ] é interessante. Gasto meu $ com gadgets que [ não ] sei usar e com técnicos de informática que [ não ] sabem consertar. Gasto meu tempo parada no trânsito da 23 de Maio ou Domingos de Moraes [ tenho escolha ] com o carro que comprei para [ me locomover ] [ mais rápido ]. Adoro comprar [ jogar no cesto de lixo em poucos meses ]  roupas da moda. Sou ótima [ falante ] ouvinte. [ Não ] Tenho muitos amigos. Sempre estou atrás de [ pagar pouco aos meus prestadores de serviços ] uma boa remuneração.  Quero a felicidade do meu namorado [ não sou a personagem da Julia Roberts criando os filhos do personagem da Susan Sarandon ]
     Tenho defeitos, sim, mas as pouquíssimas pessoas que realmente me causaram pavor eram perfeitas, eu até aprendi a me tranquilizar quando encontro uma pessoa com pelo menos três defeitos [ tem uns defeitos de valor 3].  

falo demais, o que eu tinha pra dizer não cabia numa postagem

     Duval, meu único compromisso do dia era ligar no restaurante, pedir um marmitex e descartar a sobra. Se fosse a Mme Duval estaria levando os filhos para o passeio de domingo, fazendo almoço, feira ...  O que te dá inveja é que um dia na minha vida eu não tive NADA para fazer e não estava doente. Eu pude me dedicar ao nadismo sem ter que pegar o carro, estacionar, pegar trânsito, escolher roupa ... prá me encontrar com o meu grupo do nadismo.   O nadismo é bem, bem melhor, quando te cai do céu, um presente do Deus.

tempo de novo

     Eu não disse ainda porque Lento Ribeiro. É porque eu sempre achei que estudar estressa. É muito compromisso com hora de chegar, dia de apresentar trabalho, que material levar no dia, ter uma roupa apresentável prá comparecer ... as avaliações  são o menor dos problemas. Lento está sempre tão calmo, tão lento. Acho que ele é autodidata, estuda o que quer e quando pode.
     Lento também é o reflexo do que a todos dá prazer: o êxito. A Dani Calabresa, que deu todo o estímulo ao Adnet que era um ator de teatro é a personificação do que dizemos ser a pessoa certa no momento certo. Como é bom realizar um projeto, aquele pequeno bando de crianças já  responsável por gerar  a convergência cultural em torno da MTV.
     O Lento é só um personagem mas tem tempo. As pessoas reais não tem tem tempo. Alguns personagens também não. Sou assimilista embora só tenha conseguido aprender, mesmo, o inglês. Eu fiquei íntima de Mme. Duval. Ela nunca guardou os domingos ( muito menos os outros dias da semana). Domingo era dia de acordar cedo para levar na cama o chocolate quente dos filhos e o café com leite de Monsieur Duval. Ah, não era só levar, tinha que comprar o leite e pão fresquinho, então tinha que se lavar, vestir,  pentear e maquiar cedo, caminhar até a padaria, ferver a água, montar as bandejas, manteigar o pão, esperar eles comerem, recolher a bandeja, lavar a louça ....
     Bom, um dia, quando sobrar tempo, eu conto de onde está vindo essa fixação com o tempo. Mas só quero te dizer uma coisa que vai te dar inveja, muita inveja. Morei sozinha por uns tempos e tive uma parceira muito produtiva que se colocou na minha vida como diarista semanal. Bom, certo domingo de manhã  acordei, liguei na padaria e pedi por moto uma entrega de pão. Coei um café, acrescentei leite em pó, comi o pão com manteiga, lavei a pouca louça. Eu não estava matriculada em nenhum curso, não havia roupa para passar nem recolher, a casa estava limpa e arrumada  ... enfim, meu domingo foi bem diferente dos domingos de Mme      

Apresentação

                Nem sei se terei tempo de escrever um blog: desde muito novinha me pergunto onde as pessoas arrumam tempo. Pra ler, pra dar atenção a parentes, colegas e amigos, cozinhar o feijão e limpar as verduras, pra cumprir a jornada de trabalho e ainda dar pinta no happy hour, pra fazer faculdade, jogar o tal joguinho de Mac no qual a cobaia volta a ser maltratada no laboratório porque foi reaprisionada com o tratador afirmando " se você voltou é porque gostou ",  jogar conversa fora, lavar as roupas das crianças, passar a ferro, pesquisar preços, recopiar os dados apagados por vírus, assistir aos shows dos cantores estrangeiros administrar todos os seus emails e comunidades ....Naquele filme Estamos Juntos a personagem da Leandra Leal até se mete ( não é o q estás pensando) a fazer sexo (ah! é). Eu acho que no começo era muito bom mas depois ela perdeu a paciência, era muito ocupada, masturbar o namorado devorava muito, muito tempo. Ela inventou a desculpa da doença mas pro trabalho ou para tarefas relacioandas ao trabalho  ela sempre tinha tempo e era insubstituível. Já o prazer do namorado ela não ligaria de delegar, por exemplo, a uma menina ou menino de 12 anos, eles têm tempo.
     Por falar em trabalho e atividades afins acho que é melhor eu voltar para as aulas telepresenciais do meu curso de mestrado latu sensu em Engenharia de Sistemas na Esab. Será que eles tão só me enrolando com essa estória de o primeiro bloco do curso ser justamente a metodologia para escrever a conclusão do curso q eu só vou escrever quando terminar o curso? E cadê as aulas sobre os tão maravilhosos sistemas de informação que nos entregam tarefinhas prontas para que  nos reste mais  ...  tempo?