domingo, 22 de dezembro de 2013

motivo trivial

     Motivo fútil.
     Há 15 anos atrás eu poderia ter morrido.
     Ia a uma festa e precisei tratar as unhas um tanto de emergência.  Caminhei procurando muito até encontrar um salão dentro de uma vila residencial.  O que se chama de lugar chique, afinal há os bons e os maus, os perdedores e os merecedores.  Não sei como tendo tão poucos anos  de saúde física para trabalhar e acumular bens você consegue se sentir perdedor, você nem jogou.
     Nem sem como descrever o estranhamento que houve entre nós, é significante de menos até prá caber até num cartãozinho do tipo  " te amo mamãe " que escrevemos aos 5 anos.
     Melhor nem contar, não vou desperdiçar seu tempo.
     Mas foi entalante, eu realmente me senti discriminada, humilhada e a tal manicure de rico também ficou entaladona com o meu desagravo sob a forma deboche velado.  Se alguém tivesse como se vingar teria se vingado. Os projetos das nossas mães teriam afundado nesse lago.
     De onde vem a beligerância dos jovens?  Cura não tem, se pelo menos tivesse uma causa estipulada poderíamos discutir e racionalizar providências para evitar o pior.

     Por que diabos me lembrei ? 

Um comentário:

  1. Esse ano uma escola de samba mostrou os projetos das mães negras afundando no pântano, a Pietá Negra enterrando a única esperança de felicidade, o filho. Gente sofrida merece, pelo menos, uma funerária, não é justo sobrar prá eles até a obrigação de manipular o cadáver do sonho.

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