Minha pobre filhinha está sendo molestada na escola.
Depois de tudo o que passei quando criança acreditei q estivéssemos vivendo num novo tempo. É a soma de todo o esforço humano que nos trouxe o conforto material de q hoje se desfruta. Vivi num tempo onde não tínhamos objetos, onde não existia a crise do lixo porque a demanda por objetos não nos deixava descartar nenhum. Usava-se o vestido da avó. Trabalhávamos anos para comprar os móveis e utensílios que não conseguíamos obter por herança dos antepassados. Quantos, há vinte e cinco anos atrás, imaginavam que teriam uma cafeteira, uma máquina de fabricar pão, revistas, pendrives, um vaporetto, uma impressora, um scanner? Quem imaginava ter tanta fartura a ponto de ter q fazer regime? Qual psiquiatra antecipou q tantas mercadorias poderiam levar ao comportamento de compras compulsivas? Todo o conforto veio da colaboração de todos, todos os seres humanos, brancos, negros, estrangeiros, índios, mulheres, desbravadores, prostitutas, homens, jovens, crianças dando sua parcela na evolução. Valeu carregar os tijolos, aprender idiomas, ensinar portugês, escrever livros, cavar buracos nos solo, carregar comida prá locais pouco abastecidos, apertar parafusos ...
Observo com tristeza que alguns querem só para sí e para quem lhes interessa todo o conforto. Querem limpeza étnica, excluir da terra grupos não merecem prazer, no máximo merecem, concedam-me a licença poética, muita dor. Porque dor é dor, a intensidade é mero advérbio para desejar, não muda nada. A agressão instabiliza as águas que nasceram calmas. Quanto mais instáveis, mais diferenciadas. Quanto mais diferenciadas, mais alvo para novas agressões.
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